segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Jesus não é razoável

Daniel Rocha*
  
Jesus não é razoável. Ele mostra minhas incoerências, minhas incongruências e meus defeitos. Tento justificar meus erros com a velha desculpa de que sou humano, mas Ele diz para eu ir e não pecar mais. Quero que Ele passe a mão em minha cabeça, e Ele me insta a ser perfeito. Peço que me faça feliz, e a única coisa que me diz é para eu carregar a minha cruz dia após dia e não olhar para trás.
Jesus não é nada maleável. Contradiz aquele moço cumpridor da lei, religioso exemplar, e o despede pedindo para se desfazer de todos os seus bens para então segui-lo. Também não aceitou as razoáveis explicações daquele homem que queria ser discípulo, mas antes precisava enterrar o pai. Será que Ele não queria que o filho fosse ao enterro do próprio pai?
Vem uma mulher que louva a sua mãe dizendo "bem aventurada aquela que o concebeu e o seio que o amamentou", e ele ao invés de se embevecer, diz que mais bem-aventurados são os que ouvem as palavras de Deus e as guardam.
Quando criança some de seus pais e ao ser encontrado três dias depois, não demonstra arrependimento. Acho que não dava valor à sua família, pois já adulto, sua mãe e seus irmãos mandaram chama-lo, e ele disse que sua mãe e irmãos eram os que faziam a vontade do Pai.
Jesus é muito insensível. Para os homens de bem que recitavam as Escrituras de cor, oravam nas praças e davam o dízimo até da hortelã, ele reserva as mais duras palavras de todo o Evangelho. Agora, para os endemoninhados, cobradores de impostos,mendigos e prostitutas ele demonstra compaixão.
Jesus não é justo. Havia tantos doentes, cegos e leprosos no tanque de Betesda e ele cura apenas um único paralítico, que nem sequer tinha fé, e Paulo com toda a sua fé teve de suportar um espinhona carne por toda a vida.
Hoje vejo em muitos lugares pessoas sendo curadas na hora de surdez, dor nas costas e labirintite, e em minha igreja ninguém é curado assim - quase todos precisam ir ao médico e às vezes passam por um longo tratamento. Observo também que Jesus faz milagres em tanta igreja, mas parece que Ele não faz na África, no nordeste, e nas periferias das grandes cidades, onde tanta gente tem morrido de malária, sarampo, diarréia, e até de fome. Sou do tipo que não aceito nenhum tipo doença que me surja agora, na metade da vida. Se tivesse nascido assim, tudo bem. Mas, depois de velho, pegar? Não aceito.
Sempre espero alguma ajuda dos céus quando estou em dificuldades. Se adoro um Deus-Todo-Poderoso, não sei por que ainda me fura o pneu, fico doente, bato o carro, e preciso usar óculos.Afinal, qual o problema de eu querer um "milagrezinho" pra mim? Não tem essa de esperar com paciência no Senhor, ou o "tempo de Deus".Eu quero meu milagre hoje - e costumo até cantar que "hoje o meu milagre vai chegar".
Espero um mundo mais fácil. Não esse que eu tenho vivido - levantar cedo, dormir tarde, e resolver problemas o dia inteiro. Jesus poderia ter criado uma religião para ajudar as pessoas e faze-las felizes.... mas não, ele inverte as coisas e vem me dizer que o servo é maior e quem manda é menor, quecriança é o paradigma da verdadeira vida, que os últimos serão os primeiros, que os humildes de espírito é que são felizes, que é bom chorar, e que não devemos amar as coisas desse mundo.
Bem, se você leu esse texto até aqui, já deve estar acostumado a ouvir essas coisas. Saiba que todas essas são palavras de gente que já devia ser mestre, mas ainda não cresceu, meninos na fé que ainda não compreenderam a profundidade do Evangelho e da pessoa de Cristo.
Fé cristã é relacionamento com Deus, mas a Igreja foi transformada numa grande ONG de auto-ajuda. Há "igrejas-ONGs" que ajudam você a ganhar dinheiro, a ser feliz, não ter problemas e transformar a vida numa grande Disney World. Crentes que procuram conveniências: igrejas que ofereçam berçários aos filhos, estacionamento para o carro e uma pregação que não incomode.
A tarefa da igreja não é ajudar as pessoas a conviverem com seus pecados, nem de torná-laspessoas felizes, fazendo-as se sentirem bem. Por vezes Deus vai nos fazer sentir muito mal. É comum pessoas pedirem oração, pedirem que sejam abençoadas, mas nada falam de seus pecados, desvios, incredulidade, de suas decisões impensadas, de sua distância do Pai.... e querem como num passe de mágica que Deus conserte a conseqüência, mas deixe a causa - você - do jeito que está.
Jesus não é razoável por uma simples razão: a sua lógica é diferente da nossa. Minha lógica é mundana, personalista, egocêntrica, o meu senso de justiça visa só os "meus" interesses, e intimamente não quero meusubmeter a vontade de Deus pois já sou maior e tenho a minha "própria" vontade.
Jesus passa ao largo de qualquer esquema que pretenda prende-lo. Ele ri-se dos que desejam exercer controle sobre Ele com novas formulas e lugares de oração, adoração extravagante, gestos, atos, óleos ou incensos. Nada disso lhe toca.
Queremos um Jesus "bonzinho", mas bonzinho ele nunca será. Ele é bom e justo. Jesus, mesmo nos amando tremendamente,não transige com o pecado e nem é condescendente com o erro.
Jesus é sempre paradoxo, loucura, e escândalo. Ele não pretende ser coerente aos olhos do mundo. Ele veio trazer espada, fogo, divisão. Veio nos tirar do comodismo e do marasmo de uma vida sem paixão. Definitivamente Jesus não é razoável e nunca será. Jesus não compactua com meus erros, não dá de ombros à minha iniquidade. Ele me perdoa, sim, mas diz: "vá e não peques mais".
*Pastor da IM - Itaberaba

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Aliança Evangélica nasce como "movimento"


Cerca de 230 pessoas participaram da fundação da Aliança Cristã Evangélica Brasileira, na Catedral Metodista, em São Paulo (SP), no dia 30 de novembro. O programa começou às 8 horas com um café da manhã e terminou às 8 da noite com o culto de celebração e a Santa Ceia. Durante todo o dia, o tempo foi compartilhado com cânticos, reflexões bíblicas, resgates históricos, testemunhos e diversos momentos de oração.

Novo modelo
Levantando sua principal bandeira – a unidade da igreja -, a Aliança nasce sem CNPJ e com uma estrutura organizacional mais leve. Assim opta, pelo menos no início, por uma identidade de "movimento" e não de "instituição". Essa decisão gerou um debate caloroso no período da tarde. Alguns acreditavam que a aliança deveria assumir sua identidade institucional com mais coragem; outros defendiam uma cautela estratégica no começo da caminhada. Para um dos líderes da Aliança, o pastor e teólogo luterano Valdir Steuernagel, isso só evidencia que há um anseio intenso de se iniciar logo um movimento de unidade. Ao falar sobre o desafio de ir a todas as regiões do país, Steuernagel defendeu a identidade da aliança. “Esta aliança não é só para igrejas históricas, nem para grupos já existentes. Não podemos nascer como um movimento de classe média, mas sim um movimento a serviço da obra de Deus. A construção da relação é mais importante no início do que a afirmação dogmática. A relação nos purifica”. Sobre o poder de representatividade que a aliança deve ter, Welinton Pereira, pastor metodista e integrante do grupo de trabalho, também foi cauteloso: “antes de construir a representação pública do movimento, devemos ter organicidade”. Fabrício Cunha, pastor de juventude da Igreja Batista de Água Branca (SP), acha que “a tentação por representatividade traz o risco da perda de identidade”.

O sentimento de alegria com a fundação da aliança não escondeu um certo temor em repetir erros. “Existe sensibilidade quanto aos erros do passado”, disse Walter McAlister, bispo da Igreja Cristã de Nova Vida e integrante do recém-criado Conselho Geral da entidade. Nas falas de muitos percebe-se uma forte preocupação de se formar uma liderança menos personalista e mais plural. “A horizontalidade do movimento vai nos prevenir das falhas do passado”, diz Durvalina Bezerra, diretora do Seminário Betel Brasileiro. Já o pastor Key Yuasa, da Igreja Holiness, enfatizou em sua exposição bíblica sobre a igreja de Corinto que “não devemos idolatrar nem igrejas nem pessoas. A igreja de Corinto não era perfeita. Idolatrar pessoas destrói a igreja. Quando perdemos esse foco, nós contribuímos para a divisão da igreja”, disse.

Honrando a história
Logo no início da manhã, o bispo anglicano Robinson Cavalcanti lembrou a caminhada histórica dos evangélicos em busca da unidade no século 20, a quem chamou de “tijolos vivos”. Falando sobre o “caos da comunidade evangélica brasileira”, ele aconselhou que a aliança “tem de ser modesta, mas não se intimidar”. O pastor Ariovaldo Ramos, descrevendo a igreja primitiva em Atos, disse que “o Espírito Santo trouxe Deus para dentro dos discípulos e quebrou a última maldição da queda: a confusão das línguas com a torre de Babel. O Espírito fez os homens se entenderem de novo e traduziu Deus para os homens, e os homens para os homens. É nessa unidade que aprendemos a respeito de Deus e do próximo. A vocação da igreja está em se ajuntar, comungar, ter tudo em comum”. Já Steuernagel enfatizou que “não estamos criando nada novo. Estamos em uma nova gestação para responder ao desafio histórico da nossa geração”.

Enquanto honravam o passado, os presentes na cerimônia de fundação da aliança também vislumbravam um futuro melhor na caminhada conjunta. “Jesus não pode voltar se antes não nos unirmos”, disse, emocionado e espontaneamente, Albertino da Silva, de São Vicente (SP). “Temos esperança de que dê certo”, afirmou Silas Tostes, presidente da Associação de Missões Transculturais Brasileiras. “Que essa aliança fortaleça a igreja no Brasil e o evangelicalismo no mundo. Estou entusiasmado com a perspectiva do que vai acontecer e pelo valor dado à oração aqui”, ressaltou Gordon Showell-Rogers, representante da Aliança Evangélica Mundial (World Evangelical Alliance), organização presente em 128 países.

Até 1964, por mais de três décadas, a Confederação Evangélica Brasileira (CEB) fez o papel de unir e realizar projetos em comum com as igrejas evangélicas de sua época. Após um longo período, fundou-se em 1991 a Associação Evangélica Brasileira (AEVB), que por uma década se constituiu num esforço quanto à unidade de setores evangélicos no Brasil.

As conversas para o início de uma nova aliança evangélica começaram em 2009. Deste então, foram feitas várias reuniões “de escuta”, com o objetivo de ouvir líderes evangélicos em diversas cidades do Brasil, como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte MG), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Brasília (DF).

Nova estrutura
A aliança será liderada por um Conselho Geral. A execução das ações estará a cargo de um grupo coordenador e de um secretário executivo. Além destes, a aliança terá a figura dos “embaixadores” – pessoas dispostas a divulgá-la em todo o Brasil – e o Conselho de Referência, que conta com líderes cristãos de credibilidade nacional.

Os presentes na cerimônia ajudaram a escolher quem fará parte do Conselho Geral da Aliança e a definir o conteúdo da “Carta de Princípios e Diretrizes” – um documento de sete páginas que foi construído de forma plural ao longo de quase dois anos. Tal documento descreve a visão, a missão, os objetivos e a estrutura do grupo.

A cerimônia de fundação da Aliança Cristã Evangélica Brasileira foi encerrada com um culto intitulado “Unidade em Cristo para cumprimento da Missão de Deus sob a direção do Espírito Santo”. O culto foi participativo, e contou com momentos de oração, cânticos, confissões, exposições bíblicas e a santa ceia. No sermão final, Valdir Steuernagel convidou os presentes a “irmos juntos, unidos na adoração, no testemunho, no serviço, na oração por nossa própria unidade, pela graça de Deus para que a Palavra de Deus seja o nosso rumo, o Espírito de Deus seja o nosso guia e os irmãos e irmãs sejam nossa companhia no objetivo de, juntos, dizermos que a salvação pertence ao nosso Deus”.
 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Natal: Resposta de Deus à terra aflita (Isaías 9:1-7)

Bispo Paulo Lockmann

1) Entre Israel e o Brasil
Estamos chegando a mais um Natal, e chegamos em aflição, pois há guerra e rumor de guerra, no mundo (Coréias, Iraque, Irã, etc.), e no Brasil vivemos a guerra contra o narcotráfico que ocupa nossas cidades e a vida e o coração de milhares de jovens nas nossas cidades. O Rio de Janeiro há poucos dias sentiu isso de maneira alarmante, mas convive com morte e violência há anos.
Neste quadro está dito a Israel, e a nós: “... não continuará a obscuridade (a aflição)”. A citação de Zebulon e Naftali se reporta às duas primeiras províncias de Israel, que foram invadidas e tomadas sob o jugo de Tiglate-Pileser, rei da Assíria (cf. 2 Re 15.29). De fato, o rei estrangeiro e seus exércitos de ocupação lançaram no exílio a maior parte do povo, criando aflição e pranto. Do mesmo modo, a ocupação das áreas pobres de favela pelo narcotráfico pôs o povo sobre jugo, e provocou um exílio e consequente despovoamento, como vimos, famílias inteiras em fuga dada a fúria do inimigo.
2) Natal e Promessa.
“Não continuará a obscuridade”. O Deus que devido à quebra da aliança, “tornou desprezível a terra de Zebulon e a terra de Naftali.” Nos últimos dias, tornará glorioso o caminho do mar. E como Deus fará isto?
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo está
sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro,
Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz...”(
Is 9.6)
A mensagem de Isaías tem seu centro na vinda do Messias. O nascimento de Jesus narrado pelos evangelistas se inspira nessa mensagem profética, especialmente num messias davídico. O anjo, ao comunicar a José o nascimento do Messias, o chama de José, filho de Davi, e em seguida cita Isaías:
“... eis que a virgem conceberá e dará à luz a um filho
e lhe chamará Emanuel.”
 (Is 7.14b)
Assim, o tempo do Messias tornou-se uma visão de esperança para os aflitos. Dessa promessa do reinado do Filho de Davi, decorrem muitos outros:
a) “... Tornará glorioso o caminho do mar, Galileia dos gentios...”
Recordemos que Jesus se criou na Galileia e ali iniciou seu ministério. Galileia era constituída de terras prósperas, mas desprezada nos tempos de Jesus por conta das muitas ocupações estrangeiras. Quando, no Evangelho de João, Natanael reage acerca de ser Jesus o Messias, ele diz:
“... de Nazaré (Galileia) pode vir coisa boa?” (Jo 1.46)
Refletindo o preconceito e a discriminação contra essa terra tida como “gentílica”, mas, como aprendemos, esses galileus vão compor os discípulos de Jesus, e veem “o caminho glorioso do mar”, construído por Jesus, o Messias, de acordo com a profecia de Isaías.
Qual a mensagem? Se houve esperança para a Galileia, há de ter para os lugares aflitos e assolados de nosso Rio de Janeiro. Como povo de Deus, somos convidados, na unção do Messias, a abrir tais caminhos.
b) “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz.” (Is 9.2).
Mateus usa este texto junto com o versículo primeiro ao plantar o inicio do ministério de Jesus. Ele sai do deserto e vai para a Galiléia – Cafarnaum (cf. Mt 4.13-16), onde, após dominação assíria, persa, grega, e agora romana, vivia disperso, perdido, o que causou em Jesus o seguinte sentimento:
“E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam
desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor”
 (Mt 9.36).
Esse é o sentimento que deve tomar posse do nosso coração, profunda compaixão pelos que ainda andam nas trevas, anunciando que a promessa foi cumprida, a luz raiou:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por
intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida
estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece
nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.” 
(Jo 1.1-5).
E agora, há esperança para os aflitos! E nós temos compromisso com Ele, o Messias,
“... a verdadeira luz que vinda ao mundo ilumina a todo homem.” (Jo 1.9).
Somos chamados a cantar o cântico: “Grandes são as tuas obras, Senhor todo poderoso!”
Irmão, irmã, neste Natal abra sua boca, proclame bem alto que a luz raiou, e o messias chegou.
O jugo deve ser quebrado, o pecado e a morte foram vencidos por Jesus, que abriu um novo e vivo caminho, para os que nEle creem.
c) “Porque um menino nos nasceu [...] e o seu nome será...”A televisão nos mostrou muitas crianças nas áreas envolvidas dos conflitos. Não há coração que não fique preocupado com o destino, o futuro daquelas crianças. Nossas crianças, nossa juventude esta sendo destruída pela violência, pelas drogas.
Mas a mensagem já foi entregue, e a esperança tem um nome:
“ um menino nos nasceu.” Seu nome será: “Maravilhoso Conselheiro,
Deus forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz... ”
 (Is 9.6).
Seus atributos têm por objetivo que:
“... venha paz sem fim, sobre o seu Reino... e estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça...”
A vinda do Messias Jesus nos adverte que é possível a paz; ela visa a alcançar os homens e mulheres de boa vontade. Assim, como consequência que é a justiça, a restauração do direito da criança e do adolescente.
Uma das nossas grandes prioridades é a criança e o adolescente, nossos projetos de reforço escolar, abrem as portas da igreja para as crianças, visando a tirá-las da rua, e dar-lhes uma oportunidade de vida, já que o tráfico recruta dentre as crianças seus “soldados”. É urgente que o novo caminho inaugurado por Jesus, e celebrado no Natal, se transforme em ações permanentes, em favor dos que vivem sob a aflição e jugo da violência, para que conheçam o tempo do reinado do Príncipe da Paz, Jesus. Nada de nos acomodarmos, vamos reagir, vamos pela graça construir um novo tempo.
No amor do menino Jesus,
Bispo Paulo Lockmann